Homenageado
José Roberto Orlandini
Um artista nato
Como tudo começou....
19 de agosto de 1960, nasce, na cidade de Salto, um ilustre saltense que dedica sua vida, com muito amor, à arte. Nesse mesmo ano o Teatro Verdi fora fechado, local esse, que seria o palco da vida de José Roberto Orlandini. Mesmo sem ter contato com o “fazer teatral”, intuitivamente, fez um pacto eterno com a arte.
Tudo começou, no quintal da avó, local encantado, com os amigos e primos. O passatempo era brincar de montar peças de teatro. Na escola “Sagrada Família”, destacava-se em leituras e canto, ali também onde conheceu um grande amigo Carlos Pouza. Na adolescência, estudando no colégio “Paula Santos”, montou sua primeira peça em caráter estudantil, “O Neguinho do Pastoreio". Pintou-se todo de preto para encarnar o personagem, montou a luz e todos os efeitos do espetáculo. A falta de recursos jamais impediu Orlandini de persistir no que amava. Usando caixas de sapato, lâmpadas variadas, cacos de vidro ou qualquer outro recurso, foi suprindo as necessidades na produção teatral, além de ser vanguarda em sustentabilidade. Um artista nato. Uma das características marcantes na jornada do Zé Roberto é o seu vasto acervo musical, construído a partir de uma velha sonata. Zé criou, ao longo desses anos, a trilha sonora da vida de um artista. Ele mesmo.
O teatro religioso...
Na década de 70, mais precisamente, em, o coordenador do grupo de jovens da Matriz Nossa Senhora do Monte Serrat, criou um grupo teatral e, para celebrar o dia das mães, chamou José Orlandini e Carlos Pouza. A peça seria “A missa de cada um”, baseado na Paixão de Cristo. O sucesso foi tamanho que foram chamados para apresentar-se em Salto de Pirapora. Por anos consecutivos mantiveram-se nas apresentações de cunho religioso. O amor pelo teatro só crescia.
O divisor de águas...
Em 1985, Zé Orlandini foi com o amigo Carlos Pouza, assistir a um espetáculo no Teatro Verdi, que, até então, estivera de portas fechadas. No mesmo dia a velha chama reacendeu, formar um grupo teatral, pois há tempos, Carlos, tinha o desejo de montar “Édipo Rei”. Decidiram que o nome grupo seria UTOPIA. Lazinha Gil (in memorian), colunista do Taperá, à época, foi a fada madrinha do grupo. Graças a ela a estreia, em setembro, teve a casa lotada, a participação de vários artistas saltenses e o espetáculo foi um sucesso. Até o final da década o grupo ainda produziu: “Alice no País das Maravilhas”, “Auto da Barca do Inferno”, “A raposa e as uvas”.
Coral da cidade de Salto Em outubro de 1987 na inauguração do Teatro Verdi, Orlandini que participava do Coral da cidade, a frente da produção e ainda fazia mise en scène.
O teatro Estudantil Na escola Acylino do Amaral Gurgel, em 1989, ao lado de Maria Laura Thomazini, pode desenvolver toda sua qualidade artística com estudantes, pois havia sido criado a Mostra Estudantil de Teatro.
Realização do sonho Em 1990, Zé Orlandini, era o novo técnico de som e luz do Teatro Verdi, contratado pelo então Secretária da Cultura, Geraldo Garcia. Nesse belo espaço teatral coordenado por Zé Ro, Orlandini pode desempenhar toda a brincadeira que fazia no quintal da sua vó, mas com toda as possibilidades ao seu alcance... em suas palavras “Me sentia em casa... o Verdi é minha casa”. Nesse mesmo ano pode conhecer grandes artistas brasileiros: Fernanda Montenegro e Paulo Autran os dois “de uma humildade indescritível”, entre outros. No ano de 1991, o teatro Verdi ficou fechado, e Zé Orlandini pode ajudar a melhorar as condições técnicas do espaço, tornado o local pioneiro na região. Umas de suas grandes emoções, foi quando montou um mapa de luz para uma coreografia de Marisa Gil, onde no primeiro ato havia a rotunda preta, mas no segundo ato usou o ciclorama onde pode dar intenção de efeito com cores diferentes, ao abrir das cortinas o fundo era rosa, causando êxtase ao público. Esse ano também Orlandini juntamente com o coordenador do Teatro Verdi, Zé Ro, revitalizaram a Mostra Estudantil, em sua época de ouro.
Produtor Cultural No ano de 1995, Orlandini, se tornava coordenador do Teatro Verdi. O movimento teatral na cidade de Salto, se tornava então grandioso, logo todos ansiava por um festival que coroasse toda a produção teatral da região. Então ele idealiza o festival que a princípio o nome seria “Prêmio Verdi de Teatro, no entanto, com o falecimento do Carlos Pouza no ano anterior, Zé Orlandini, para homenagear o amigo, idealizou então “Prêmio Carlos Pouza”. Orlandini também criou a “Matiné Teatral”, “Festival de Esquete” e “Mostra Amador” para os grupos da cidade participarem do Mapa Cultural Paulista.
Produziu eventos de Dança, Carnaval, Festa Ítalo Saltense e eventos em parques. Nessa mesma época foi premiado como iluminador na cidade de Suzano com a peça “Os filhos da Mãe Gentil” texto e direção Valderez Antonio Bergamo Silva. E em Jundiaí com a peça “A porta”.
Através de um fomento do estado de São Paulo, José Roberto Orlandini, idealizou e criou o “Grupo Municipal de Salto” em 1996. E então contratou profissional para formação de atores na cidade. Em sua primeira montagem “Faça Amor, não faça Guerra”, baseado em Lisístrata de Aristófanes, direção de Péricles Raggio, trabalho também que o zé foi premiado como melhor iluminação em Serra Negra/SP.
Paixão de Cristo A Paixão de Cristo, um evento religioso, realizado a céu aberto sendo o maior da região teve seu início na cidade de Salto em 1995, e, durante 2 anos José Orlandini organizou toda a parte técnica do espetáculo. Somente no de 1997 ficou à frente da direção Geral até 2012.
AtualmenteDiretor de Turismo da cidade de Salto e se preparando para sua majestosa volta ao maior evento da região a “Paixão de Cristo”.